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A Confraria Nabos e Companhia inaugura a sua nova sede, numa casa de traça genuinamente gandareza. A cerimónia – "singela" como a terra que a acolhe – decorre às 18H00.
A mesa de uma casa gandareza é o pretexto à volta do qual todos se reúnem, mas por ali vão passando conversas de outros tempos. É isto o que pretende a Confraria Nabos e Companhia: preservar a cultura e tradições de Carapelhos, tendo por base os seus grelos de nabo que, diz quem sabe, têm um sabor inigualável.
"Fizemos uma sede que custou mais de 100 mil euros e que é a prova do nosso apego, do empenho, do amor que temos à nossa terra", disse o confrade-mor Silvério Manata. Também por isso, a cerimónia de inauguração da nova sede será "simples" e aberta aos amigos. Entre os convidados, estarão presentes Henrique Fernandes (governador civil do distrito de Coimbra), Pedro Machado (presidente da Entidade Regional Turismo Centro de Portugal), Madalena Carrito (presidente da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas) ou Carlos Capote, conhecido chefe de cozinha e também membro da confraria. Refira-se que a sede foi construída, valendo-se de uma genuína cantaria arrancada ao ano de 1938, e da estética tradicional da casa da região.
Cerca de 80 por cento
dedica-se aos nabos
Corria o mês de Janeiro de 2000 quando nasceu a Confraria Nabos e Companhia. Nasceu com o objectivo de autenticar a ruralidade, homenagear e divulgar cada vez mais "a genuinidade das suas gentes e dos seus grelos de nabo – alimento rico de aromas e sabores que, versátil, valoriza a gastronomia gandareza", refere Silvério Manata.
Os grelos têm grande "um peso económico na região", uma vez que desde os anos 30 que há quem se dedique à sua produção e venda: cerca de 80 por cento das pessoas daquela freguesia dedica-se à produção de grelos e nabos.
Silvério Manata recordou que, antigamente, "os nabos eram uma planta forageira utilizados para os animais". Mais tarde, verificou-se que a rama (grelos) também se comia e a produção expandiu-se.
Naqueles tempos, quando a agricultura era o único meio de subsistência, a população deparava-se com uma dificuldade: os terrenos eram pouco férteis. No Inverno, as terras ficavam abandonadas, mas "o povo trabalhador e inquieto", começou a testar novos produtos: e assim surgiu o "nabo" naquela zona, resistente ao frio e apreciador da humidade.
Actualmente, os grelos e os nabos têm em Carapelhos uma importância socio-económica decisiva. "Hoje partem daqui camiões para os mercados europeus", refere o responsável que, apesar de residir em Grândola, regressa sempre à sua terra, aquela que "embalou a sua infância". Por isso, em relação à Confraria Nabos e Companhia, Silvério Manata frisa: "o acto de comer não é um acto desgarrado da envolvente cultural e social". Pelo contrário: "fazê-lo é preservar o património e os valores imateriais da gastronomia tradicional". Fonte: As Beiras
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